Os amigos da Académica
Vinham dos cantos todos da aldeia
Reunir ao conchego do ar morno
A chama flamejante da candeia
Os rapazes do clube que era o forno
Legalizaram praxes e tradições
Com uma certa áurea de mistério
P ’ra no acto de novas admissões
Aplicarem bem certo o seu critério
Estudaram talvez toda a história
Descendo mesmo até aos tempos dos moiros
Mas o que mais vincou sua memória
Foi o célebre praxar dos caloiros
Discursavam em cima de oliveiras
Bem à noite e fora das vistas públicas
A seguir aplicavam verdadeiras
Praxes das académicas repúblicas
Por isso a esta aldeia ora branquinha
Depois duma questão algo polémica
Alguém lançou: em vez de Sarzedinha
Passemos a chamar-lhe Académica
E há anos um grupo, bons amigos
Sem discriminação e sem vaidade
Aproveitou o ensino dos antigos
E formou a moderna sociedade
O forno, os copos e o garrafão
Que nítidos figuram no emblema
Representam a velha tradição
E são agora aceites sem problema
Sobranceira à serra, numa encosta
Uma sociedade que renova
A nossa aldeia, ganhou a aposta
Aqui bem junto a Proença-a-Nova
De amigos de Académica chamado
- Recreativa e cultural sociedade-
Clube de Sarzedinha e Montelhado
Viva então a Académica e a amizade
Victor Cardoso
( Hélio Proença )